Tem a idade legal para consumo de bebidas alcoólicas?
Diz-se que foi Frei Pedro Gigante quem plantou as primeiras vinhas na ilha (séc. XV). Atualmente existem três nobres variedades indígena. Arinto dos Açores, Verdelho e Terrantez do Pico, que sobreviveram no interior dos currais de pedra.
≅80 000 km
"Os muros de pedra existentes na Paisagem protegida, se alinhados dariam duas voltas ao Equador."
Os solos e as pedras basálticas, que tanto impossibilitaram culturas agrícolas e o desenvolvimento da ilha, foram levantadas e montadas em maroiços e labirintos de currais negros que hoje vincam a paisagem da ilha e que permitiram a cultura da vinha.
Estes servem de abrigo dos ventos salinos, assemelhando-se a labirintos. Este tipo de viticultura, com um impacto visual surpreendente, envolve árduo trabalho e dedicação, pois todos os trabalhos nas vinhas são feitos à mão, sem qualquer mecanização.
Historicamente as áreas de produção de uvas concentram-se no município da Madalena, a freguesia do mesmo nome e as de Candelária, Criação Velha e Bandeiras, em áreas de altitude igual ou inferior a 100 m. No município de São Roque, a freguesia de Santa Luzia.
A vitivinicultura está bem vincada pela ilha, sendo um verdadeiro roteiro passear à descoberta de lagidos, poços de maré, rilheiras centenárias ou adegas e ermidas levantadas pelo vinho.
O vinho do Pico chegou muito longe: no século XVII iam de preferência para as Índias Ocidentais, Nova Inglaterra e Terra Nova, chegando até ao Czares da Rússia.
O vinho do Pico era tão afamado que chegava às grandes casas Europeias e até mesmo aos papas. Onde existia luxo, o seco e o amoroso do Pico não podiam faltar à mesa.
Depois, a vinha do Pico quase se perde devido a doenças nas uvas, entre outros infortúnios. As nobres castas quase não resistem e são introduzidas novas castas para manter a produção e diferenciar a oferta. A diminuição é de tal forma impactante que a vitivinicultura deixa de dominar a economia local e a própria paisagem da ilha fica irreconhecível.
Em 2004 a Paisagem Protegida de Interesse Regional da Cultura da Vinha,
por reconhecimento e classificação pela UNESCO, foi elevada ao estatuto de Património Mundial da Humanidade.
Este reconhecimento veio dar um novo impulso à vitivinicultura local na continuidade da
produção das castas nobres que originam os vinhos de superior qualidade, tendo até ao ano de 2018 recuperado
a produção em X hectares da paisagem protegida.
Mais recentemente, é a vez de Portugal dar novo reconhecimento à cultura da vinha, escolhendo o
Município da Madalena como a “Cidade Portuguesa do Vinho 2018”.
Novamente o vinho do Pico salta para a ribalta aparecendo em todos os meios de comunicação do país e sendo valorizado através das diversas
iniciativas que ocorreram um pouco por todo o arquipélago.